Nos Jornais A Noite e Diário de Notícias, o jornalista Antônio Eliezer Leal de Souza realizou, no início do Século XX, os primeiros registros de atividades da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e das demais Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Tais documentos, reunidos nos livros No Mundo dos Espíritos (1924) e Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda (1933), constituem o registro inicial, com maior alcance público, dos primórdios da Umbanda, dos ensinamentos do Chefe - o Caboclo das Sete Encruzilhadas e das atividades da TENSP.
Apresentamos aqui algumas destas edições históricas com a finalidade de compartilhar os documentos em seu formato original, possibilitando compreender o contexto no qual tal produção se apresentava.
Não menos importante é o fato de que muitos outros periódicos de grande circulação deram espaço para notícias e entrevistas, sobretudo com Zélio de Moraes, dando visibilidade à Umbanda.
Dedicamos este espaço para trazer a todos o acesso a alguns destes preciosos documentos. Também gostaríamos de agradecer o amigo Eder Longas Garcia, companheiro da Tenda Espírita Santo Antônio, de Curitiba, pelo apoio na pesquisa e digitalização destes documentos.
Nesta matéria, pertencente à coluna No Mundo dos Espíritospublicada no Jornal A Noite, Leal de Souza relata sua procura pela Tenda Nossa Senhora da Piedade ainda em sua primeira sede, em Neves, São Gonçalo. Intitulada Um louco em uma Sessão Espírita, foi publicada em 07 de maio de 1924.
Também pertencente à coluna No Mundo dos Espiritos, nesta matéria publicada em 15 de novembro de 1924, data de aniversário de 16 anos da anunciação da Umbanda, Leal de Souza relata o caso de uma jovem dada como morta, ressucitada pelo trabalho dos Guias da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade sob o comando do Chefe, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Aqui apresentamos a primeira matéria da coluna Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda, publicada no Jornal Diário de Notícias em 08 de novembro de 1932, quando se apresenta o objetivo da coluna e a incumbência do comando a Leal de Souza.
Nesta matéria, publicada em 10 de novembro de 1932, Leal de Souza apresenta a Explicação Inicial do trabalho que passará a conduzir, relativo à elucidação para o grande público dos temas relativos ao Espiritismo e à Umbanda, presentes na coluna Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda.
Iniciando a abordagem ao tema do Espiritismo, tratando dos perigos atribuídos à prática do trabalho mediúnico, frequentemente vinculados ao desequilíbrio psíquico do médium. Publicada na Coluna Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda do Diário de Notícias em 11 de novembro de 1932.
Em 02 de dezembro de 1932, Leal de Souza publicava este texto, tratando dos Protetores da Linha Branca de Umbanda, apontando a humildade e a elevação dos espíritos que se apresentam como Caboclos.
Prosseguindo com o registro e a elucidação da estrutura fundamental da Umbanda, Leal de Souza passa, em 03 de dezembro de 1932, a relatar o papel dos Orixás, os "Comandantes" de cada uma das Sete Linhas da Umbanda. Neste texto, apresenta sua experiência de oito anos de trabalhos e pesquisas na Umbanda, tendo somente contato com dois guias deste porte, um da Linha de Oxóssi e outro da Linha de Ogum: o Orixá Mallet.
Em 04 de dezembro de 1932, Leal de Souza começa a tratar dos Guias Superiores da Umbanda, apontando a relação entre o trabalho mediúnico a os planos traçados no espaço. Nesta data indica que dentre estes Guias Superiores, o que mais conhecia por desenvolver sua missão na Terra era, justamente, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Neste texto, Leal de Souza trata do Caboclo das Sete Encruzilhadas, relatando a experiência de conviver com um espírito de grande iluminação, capaz de lidar em profundidade com assuntos díspares como teologia, medicina e economia. Relata também o momento em que, no espaço, quando chorava sem saber qual caminho seguir (estava ele em um local com sete encruzilhadas) o próprio Jesus confere ao Chefe sua missão na Terra. Por fim, vale ressaltar que Leal de Souza indica que o Caboclo pertencia à Linha de Ogum. Porém, a despeito desta informação, podemos ouvir em gravação de áudio realizada no aniversário de 63 anos da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, quando o próprio Chefe incorporado em Zélio de Moraes, relata seu vínculo à Linha de Oxóssi.
Nesta coluna, Leal de Souza relata os processos de fundação das Tendas criadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas a partir da Tenda Nossa Senhora da Piedade, apresentando alguns detalhes da organização dos trabalhos e do calendário de atividades. Texto publicado em 07 de dezembro de 1932 no Jornal Diário de Notícias.
"Sob a presidência do sr. Zélio de Moraes, médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, erigida em um sítio tranquilo, entre árvores, a Tenda Nossa Senhora da Piedade é a casa humilde dos milagres...". Foi deste modo que Leal de Souza inicia seu relato sobre a Tenda Nossa Senhora da Piedade, publicado em 08 de dezembro de 1932. No texto, novamente relata o caso de ressucitação de uma garota, desta vez indicando detalhes da ação levada pelo Chefe, assim como indica o registro dos fatos em documentos da Federação Espírita.
No Jornal O Semanário, encontramos a divulgação, em 1957 da fundação da Cabana de Pai Antônio por parte de Zélio de Moraes, em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu, RJ. Este local abriga, atualmente, as atividades da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.